O Morro e o Asfalto: Cinquenta anos estudando as favelas cariocas
DOI:
https://doi.org/10.33148/cetropicov44n2(2020)art2Abstract
Este artigo defende que a informalidade é essencial para a vitalidade urbana e que a habilidade de o setor informal funcionar depende da força de trabalho; de consumo; da resiliência social; e do capital intelectual das pessoas consideradas marginais. Com base nos seus 50 anos de trabalho de campo original nas favelas do Rio de Janeiro, a autora discorda da meta tão publicizada de se alcançarem ’Cidades sem Favelas’. Perlman argumenta que cidades sem favelas são cidades sem alma. Para ela, não é a informalidade que deveria ser erradicada, mas a pobreza, desigualdade e a exclusão. As suas conclusões mostram o que mudou no caso das favelas do Rio a partir do acompanhamento de centenas de famílias por quatro gerações. Ela conta a evolução das políticas públicas direcionadas às favelas, que partiram de um estágio hostil a um esperançoso e novamente a uma fase hostil. Essas políticas marcaram o retorno das remoções e a sabotagem de promissores projetos sociais, de urbanização e de promoção da segurança pública. O resultado dessas políticas ao longo dos últimos 20 anos foi o aumento da segregação espacial e socioeconômica, que, por sua vez, aumentou a violência. Essa tendência fez da vulnerabilidade uma condição crônica nas comunidades informais das Zonas Sul e Norte, erodindo a sensação de segurança e de individualidade. O capítulo termina com a proposta de se ir além do pensamento de base territorial para aquele baseado na remediação da pobreza e nas abordagens baseadas em direitos, incluindo o direito à cidade e o direito universal à dignidade.
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