A simbologia triádica de Fernando de Noronha
Abstract
Para interpretar a visão de mundo insular, busquei, por empréstimo, dentro do próprio patrimônio cultural da comunidade ilhoa do arquipélago de Fernando de Noronha uma narrativa mítica – a Lenda do Pecado. Ela se mostra como um recorte de significação de um processo de reoordenação sociocultural do arquipélago. Pretendi com isto relacionar o imaginário mítico dos fernandinos com a estrutura e dinâmica da sua vida social. Sua articulação que se exprime no plano simbólico da cultura do arquipélago permite desvendar as atitudes fundamentais que modelam e condicionam a conduta, o pensamento e as emoções dos ilhéus e, com isso, a possibilidade do entendimento da trilogia da organização social fernandina tal como ela se apresenta: marcada pelo imobilismo, pela disciplina e, sobretudo, pela utilização do filtro organizador do pensamento mítico na reelaboração de sua ilheidade. Ela aparece como categoria incessantemente reconstruída na fronteira interativa da tríade dos tempos vividos no arquipélago: “tempo do presídio/tempo dos coronéis/tempo dos haole”. Este quadro orientador é recriado numa relação unívoca com as práticas cotidianas observadas no seio da comunidade noronhense. Assim o imaginário mítico constitui-se num espelho em que a comunidade insular fernandina se contempla, reflete sobre si mesma, redefinindo-se permanentemente. Palavras chave: Fernando de Noronha, memória insular, simbologia triádica. In order to understand the scope of the insular world of Fernando de Noronha, I have searched among its community the mystic narrative about the “lenda do pecado” (sin legend). It appears as a significant redesining trace of a sociocultural process. By means of that I have intended to set a connection between the mythic imaginary of the fernandinos and the structure and dynamic of their social life. That connection expressed by a symbolic way of the archipelago culture has allowed me to find out the basic attitude that builds and gives to the isle inhabitants their behavior, their thoughts and their emotions. In account of that I have found the possibilities for understanding the three ways aspect of their social organization as it shows up: immobility, discipline and chiefly the organizing filter of the mythical thoughts that redesigns the islander character. All of them appear in the archipelago as a category incessantly rebuilt inside the interative boundary of passed ages: age of prision, age of colonels, age of haole. This leading picture is rebuilt in an unique relation during the dayly practices among Noronha community. So the mythic imaginary becomes a mirror that reflects Noronha people and redesigns them day after day. Key words: Fenando de Noronha, insular memory, the triad simbology.Downloads
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Published
2011-06-14
How to Cite
Rocha Lima, J. (Jana) C. da. (2011). A simbologia triádica de Fernando de Noronha. Cadernos De Estudos Sociais, 24(2). Retrieved from https://fundaj.emnuvens.com.br/CAD/article/view/1410
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Artigos - número 2
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