Acerca das razões que levam as pessoas a optar pelo informal

Abstract

O presente artigo, baseado em conclusões de uma pesquisa realizada junto a trabalhadores de oficinas reparadoras de veículos automotores, trata das razões que levam pessoas a optar pelas atividades informais. Nele reconhece- se que essa "opção" se prende em grande parte ao fato de ser a atividade informal uma alternativa mais fácil e prática de sobrevivência para os que não encontram um posto de trabalho na chamada economia formal. Mas considera-se também que expressiva parcela de trabalhadores permanecem no informal por outras razões: uns porque desejam fugir de obrigações ligadas a pagamento de impostos ou relativas à burocracia predominante; outros porque são impulsionados por um certo espírito empresarial através do qual projetam seus desejos de acumular; outros porque rejeitam submeter-se a uma relação formal de trabalho em que o empregado se vê subordinado à vontade de um empregador. O artigo é concluído com uma reflexão em torno do que estaria por trás das razões apresentadas pelos trabalhadores, que seria talvez a recusa de alienar-se do processo produtivo. This article based on the conclusions of research of workers in automobile repair shops, deals with the reasons which lead persons to choose Informal work. It is seen that option arises largely by the fact that Informal activity is an easier and more practical alternative for survival for those who cannot find a job in the so-called formal economy. It demonstrates, also, that a considerable part of the workers remain In the Informal sector for other reasons: some to avoid the obligations related to the payment of taxes or the predominant bureaucracy; others are motivated by a certain entrepreneurial spirit by which they intend to achieve profits; others reject the submission to the formal work relation in which the employee Is subordinated to the will of the employer. The article ends with a reflection about the question of what might lie behind the reasons presented by workers; perhaps they reject their alienation from the productive process.