A permanência da agricultura familiar no capitalismo: o caso dos brejos do agreste de Pernambuco

Abstract

As condições de emergência e reprodução da produção familiar na agricultura são discutidas à luz de recentes enfoques, em geral sugerindo uma capacidade das pequenas unidades de gerar estratégias de sobrevivência em condições de mercado. Como resultado, é proposta uma visão da pequena produção como parte integral da atual fase do capitalismo periférico. Nessa perspectiva, a recente expansão da produção hortícola nos 'brejos' é discutido, com ênfase sobre as estratégias de uso dos recursos, especialmente mão-de-obra familiar e alugada. Sérios problemas de instabilidade do mercado de cenoura e tomate são analisados, com implicações sobre a capacidade de capitalização dos menores produtores. Em conseqüência, um fortalecimento do chamado 'complexo familiar' é observado, que juntamente com a produção de subsistência, atua no sentido de viabilizar a permanência dos menores produtores no mercado. Conditions of emergency and reproduction of family production in agriculture are discussed, based on recent approaches, mainly suggesting the ability of small units to produce surviving strategies in conditions of capitalist market. As a result, is proposed an understanding of the small production as an integral part of the present phase of peripheral capitalism. Under this view, the recent expansion of vegetables production in 'brejos' is discussed, emphasising the resource use strategies, specially labour, both family and hired. Severe problems of market instability are analysed, with implications on the capacity to capitalise by the smallest producers. In consequence, the strengthen of the so called 'family complex' is observed, which combined with subsistence production contributes to support the permanency of the small farmers in the market.