Ulysses Pernambucano: psiquiatra social

Autores

  • Celina Ribeiro Hutzler

Resumo

RESUMO Uma análise dos condicionamentos político-sociais que ampliaram ou limitaram a ação do psiquiatra social, Ulysses Pernambucano cuja memória está perpetuada em pedra e cal, dando nome a várias instituições. O espaço do reformador, como agente social, principalmente sua ação renovadora, está contida em três tempos: a República Velha, que se seguiu à Revolução de 30, o Estado Novo e a volta ao Estado de Direito com a redemocratização do País em 45, que ele não assistiria. Sentira a força bruta da repressão, mas não desistira de sua ação renovadora e contestadora. Somaria as experiências de psiquiatra, higienista e educador que possibilitariam sua formação num grande psiquiatra social. Teria uma visão mais ampla da Medicina: a higiene e a saúde pública. Considerava um doente mental, principalmente o homem doente ao qual a sociedade negava o direito de uma vida ativa e feliz. Preocupava-se com os aspectos sociais da questão da doença mental. Reformou o Hospital da Tamarineira, que hoje tem o seu nome. Criou o Instituto de Psicologia. Corno educador, induziu os alunos ao estudo pioneiro dos cultos afro-brasileiros, conseguindo, com isto, sua existência legal. Esse estudo das seitas africanas, seria importante para o Primeiro Congresso Afro-Brasileiro, promovido por Gilberto Freyre em 1934. Apesar do seu prestígio, teve que lutar com a incompreensão e a falta de verba para seu hospital. Cercado de inimigos foi acusado de subversivo e amargou várias prisões que chocaram médicos e intelectuais, seus ami¬gos, que publicaram os Estudos pernambucanos, um livro que hoje é uma das mais ricas fontes de informações sobre o grande psiquiatra. Apesar das dificuldades e opressões, fundou o Sanatório Recife, e a Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental do Nordeste entidade aberta a todos os estudiosos. Sua obra de psiquiatria social, era baseada na compre¬ensão, no estudo do doente mental como um todo, procurando ver o alienado como um desajustado, onde medidas profiláticas adequadas poderiam reintegrá-lo à sociedade. ABSTRACT Ulysses Pernambucano: the social psychiatrist. v. 15, n. 1, p. 23-40, jan./jun. 1987. Analysis of political social elements which extended or limited, Ulysses Pernambucano’s action which memory is lasted forever, giving his name to several institutions. His renewed action is included in three periods of time: the Old Republic which followed the 1930 Revolution, the “Estado Novo” and the returning to the “Estado do Direito” with the redomocratization of the country in 1945 which one he woudn’t attend. He felt the power of repression but it wasn’t reason enough to make him give up of his work. His experience as a psychiatrist, as a hygienist and as an educator made possible his formation of a great social psychiatrist. He would have a greater vision of the Medicine: the hygiene and the public health. He considered the mental insane a sick man to whom the society denied the right of an active and happy life. He was concerned about the social aspects of the mental illness subject. He rebuilt the Tamarineira Hospital which was nominated Ulisses Pernambucano Hospital. As an educator he leaded the students to the pioneer study of Afro-Brazilian cults, mannaging with this attitude its legal existence. This study of the African cults would be very important for the first Afro-Brazilian Congress, held out by Gilberto Freyre in 1934. Notwithstanding his prestige he had to struggle against the uncomprehension and the lack of financial resources for his hospital. Surrounded by enemies he was accused of subversive and went to prison several times, fact that made his friends to publish the Estudos pernambucanos, a book that represents one of the greatest sources of information about the great Psychiatrist. Despite the difficulty and pressions he founded the Recife Sanatorium and the Society of Neurology, Psychiatry and Mental Hygiene of Northeast, an entity open to the studious people. His work was based on the understanding of the mental insane as a whole, trying to see the mad as people who are out of place, where adequate prophilatic measures could integrate them to the society. RÉSUMÉ Ulysses Pernambucano: un psychiatre social. v. 15, n. 1, p. 23-40, jan./jun. 1987. Une analyse des conditionnements politico-sociaux qui ont élargi ou limité l’action du psychiatre social Ulysses Pernambucano, dont la mémoire est perpétuée à jamais et qui prête son nom à plusieurs institutions. Son action renouvelée est contenue en trois périodes: La Vieille République, qui a suivi la Révolution de 30, le Nouvel État et le retour a l’État de Droit avec la redémocratisation du Pays en 45, qu’il ne verait pas. ll avait senti la force brutale de la répression mais il n’avait pas renoncé à son action ronouvelée et de contestation. Ses expériences comme psychiatre, hygiéniste et éducateur ont rendu possible sa formation en psychiatre social. Il avait une vision très profonde de la Médicine: l’hygiène et la santé publique. Il considérait important un malade mental, surtout l’homme malade, auquel la société niait le droit d’une vie active et heureuse. Les aspects sociaux concernés à la maladie mentale le souciaient toujours. Il reforma l’hôpital de la Tamarineira, qui porte aujourd’hui son nom. Il créa l’lnstitut do Psychologie. Comme éducateur, il infIuença les élèves à l'étude pionnier des cultes afro-brésiliens en leur donnant une existence légale. L’étude des cultes africains auraient une grande importance dans le premier Congrès Afro-brésilien que Gilberto Freyre a organisé en 1934. Malgré son influence, il lutta contre l’incompréhension et l’absence d’argent pour maintenir son hôpital. Entouré d’ennemis, il a été accusé de subversif et il a été prisonnier plusieurs fois, ce qui a touché ses amis médecins et intellectuels qui ont publié les Études Pernambucains, un livre qui est aujourd’hui une des plus riches sources d’informations sur le grand psychiatre. Malgré les difficultés et les oppressions, il fonda le Sanatorium Recife, et la Société de Neurologie et Psychiatrie et Hygiène Mentale du Nordeste institution ouverte à tous les studieux. Son oeuvre de psychiatrie sociale était basée sur la compréhension et dans l’étude du malade mental. Il cherche à voir le malade comme un désajusté a qui des mesures prophylactiques adequates pourraient le réintégrer à la sociéte.

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Como Citar

Hutzler, C. R. (2011). Ulysses Pernambucano: psiquiatra social. Ciência & Trópico, 15(1). Recuperado de https://fundaj.emnuvens.com.br/CIC/article/view/399

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Seção

ARTIGOS