Getúlio Vargas: um depoimento pessoal

Autores

  • Barbosa Lima Sobrinho

Resumo

RESUMO Diante do estadista de São Borja, os homens viravam bonecos para que ele os manejasse como num teatro de marionetes. Mas aí estava o seu grande segredo: o de ocultar os cordéis com que movia os bonecos, o que nos levaria a pensar que estávamos diante de um mágico ou de um feiticeiro. O autodomínio de Getúlio Vargas dava a impressão de indiferença ou frieza, pois que não havia, mesmo na roda de sua intimidade, quem lhe percebesse os senti¬mentos. Não gesticulava, não tinha explosões verbais e possuía couraças contra ataques veementes. Por isso causou surpresa o seu suicídio, atitude não compreendida numa natureza tão fechada, capaz de passar toda uma vida sem demonstrar fraqueza. O suicídio veio como um complemento de uma personalidade que amava o poder pelo que ele significava, e pelo que traduzia em força e superioridade. ABSTRACT Getúlio Vargas: a personal testimony. v. 12, n. 1, p. 9-2l, jul./dez. 1984. In front of São Borja’s Statesman, men were transformed in to puppets in order to be manipulated as they were in a theater of puppets. But there it was his secret; the one of hiding the strings which he moved the puppets, fact that would lead us to think that we were in front of a magician or a sorcerer. Getúlio Vargas’ self-control gave the impression of indifference or coldness, since that, even in his intimacy, no one could know his feelings. He did not use to make gestures, he didn’t irritate himself and he knew how to defend himself against violent attacks. He was a person of a closed nature and he was unable of showing any weakness, that’s why his suicide surprised everybody. His attitude of killing himself was a kind of complement of a personality who loved the power by what it represented and by what it meant in power and superiority. RÉSUMÉ Getúlio Vargas: une déposition personnelle. v. 12, n. 1, p. 9-2l, jul./dez. 1984. Devant l’homme de l’État de São Borja, les autres hommes devennaient des marionnettes qu’il les faisait jouer comme au theâtre. Mais son grand secret était justement de cacher les ficelles avec lesquelles il manoeuvrait les marionnettes, ce qui nous mène à croire que nous étions devant un magicien ou un sorcier. Getúlio Vargas semblait quelqu’un qui cachait ses sentiments et même dans son cercle intime, personne ne connaissait ses sentiments. Il ne gesticulait pas. Il n’avait pas d’explosions verbales et possédait des cuirasses pour se défendre des attaques impetueuses. C’est pour cette raison que sa mort a causé une certaine surprise; une attitude innattendue d’une nature aussi renfermée, capable de passer toute sa vie sans faire preuve de faiblesse. Le suicide est venu comme le complément d’une personnalité qui aimait le pouvoir par ce qu’il signifiait et par ce qu’il traduisait en force et supériorité.

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Como Citar

Sobrinho, B. L. (2011). Getúlio Vargas: um depoimento pessoal. Ciência & Trópico, 12(1). Recuperado de https://fundaj.emnuvens.com.br/CIC/article/view/346

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ARTIGOS