Riscos e desafios de processos participativos.

Autores

  • Pedro Demo

Resumo

O artigo busca lançar algumas indagações críticas sobre o alcance histórico e prático de processos participativos, normalmente mais usados como fachadas de legitimação ideológica pelo Estado e pelas oligarquias, processos esses que tendem a ser efêmeros, muito demorados, paliativos e tecnocráticos, refletindo as mazelas de nossa historia do desenvolvimento e da democracia. A mobilização popular tem crescido visivelmente nos últimos tempos, mas é fundamental não perder de vista a dimensão preocupante da pobreza política da sociedade, que se organiza ainda de forma frouxa e precária. Insiste-se no artigo na importância de se unir participação com produção, com vistas a se obter um processo mais auto-sustentado, ou seja, que depende menos de lideranças forte do Estado ou de doações externas. Sendo participação um processo histórico de conquista, sua qualidade está marcada pela capacidade de solidificar a auto-suficiência. Neste contexto são componentes essenciais, de um lado, saber organizar-se com competência política, e de outro, saber produzir com competência econômica. A cidadania mais auspiciosa é aquela que se consegue se organizar de modo institucionalizado, de tal sorte que a democracia se torne algo do cotidiano e plantada dentro das necessidades básicas. É neste sentido que se diz: participação sem auto-sustentação é falsa. Risks and Challenges of Participation Processes. This article sets out to raise some critical questions on the historical and practical scope of participation processes, normally most often used by the state and oligarchies as a facade of ideological legitimation. Such processes tend to be ephemeral, very slow, palliative and technocratic reflecting the shortcomings of our history of society, whose self-organization is still loose and precarious. The article stresses the importance of combining participation with production, with a view to achieving a more self-supporting process, that is, one that is, one that is less dependent on strong leadership, the state or external donations. Since participation is a historical process of conquest its quality is marked by its hability to consolidate self-sufficiency. In this context there are two essential components: knowing how to organize competently from a political viewpoint on the one hand; and knowing how to produce competently from an economic point of view on the other. The most auspicious form of citizenship is that which manages to organize itself in an institutionized fashion, in such a way that democracy becomes an everyday experience and one of the basic needs. It is in this sense that one can say: participation without self-support is a face.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

05/25/2011

Como Citar

Demo, P. (2011). Riscos e desafios de processos participativos. Cadernos De Estudos Sociais, 3(1). Recuperado de https://fundaj.emnuvens.com.br/CAD/article/view/1015

Edição

Seção

Artigos - número 2